PORTA DO CÉU
Passo a
passo, degrau a degrau, vou subindo a escadaria que me conduz à fachada da igreja
de Nossa Senhora Mãe de Deus, em latim, Mater
Dei, como se encontra gravado no lintel da porta da entrada principal.
Degrau a degrau, passo a passo, olho para o céu e nele vejo recortada a fachada
da igreja de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, a quem foi dedicado este
espaço sagrado que fazia parte do Colégio de Nossa Senhora Mãe de Deus, a
primeira universidade europeia no Extremo-Oriente, fundada pelos jesuítas, em
1594, nesta cidade de Macau.
Passo a
passo, degrau a degrau, subo devagar a velha escadaria em direcção à fachada
que, com o tempo, ganhou o nome de fachada de S. Paulo, nome que vulgarizou
também o colégio anexo, e que, no século XVII, muitos consideravam como tendo
comparação apenas com a Basílica de S. Pedro, em Roma. Ponto de encontro entre
o Ocidente e o Oriente, é desde o dia 15 de Julho de 2005 Património Mundial da Unesco. E aqui se encontram ainda hoje muitas
e variadas gentes, que a visitam diariamente, por esta mesma escadaria subindo,
passo a passo, degrau a degrau.
Passo a
passo, degrau a degrau, vou subindo também a escadaria. Cruzo-me com turistas
de quase toda a Ásia e um ou outro europeu, que, num corrupio incessante, ora
sobem, ora descem. Subo lentamente, olhos postos na fachada em ruínas que, para
mim, continua a ser uma das mais belas do Mundo. É a única que simboliza a
minha Igreja. Porque ela, e só ela, abre as portas directamente para o Céu.
Passo a
passo, degrau a degrau vou subindo a escadaria. E recitando baixinho este
belíssimo poema de um velho Amigo. Degrau a degrau, passo a passo.
NAS RUÍNAS DA IGREJA DA MADRE DE DEUS
Ave, Madre, Maria,
Cheia de Graça tanta,
Madre de Deus, Porta do Céu,
Aqui estamos convosco;
Ave Pomba, Ave Madre, Maria,
Salvé Pedras para o Céu!
Aqui, Santíssima,
Excelsa Mãe de Deus,
Estas escalas subimos,
Mãe de todo o Oriente,
Madre de todo o Ocidente,
Madre nossa, Madre Puríssima,
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