A MENINA DO FUTURO
É fim de
tarde. Há menos gente na praia. Vejo um jovem casal com uma menina com um
chapéu de palha e uma fitinha vermelha. Parece que está a começar a andar.
Segura-a o pai pelos bracitos, não tira a mãe os olhos dela. E lá vai ela,
devagarinho, pezito aqui, pezito ali, pezito aqui, pezito ali, pezito aqui,
pezito ali… Ai!, catrapus! Caiu na areia. Foi-se o chapéu, roubou-o o vento. Lá
vem a mãe toda aflita, não vá chorar a pequenita. Ficou sentada no chão da
praia. Feliz da vida, toda contente. Brinca com a areia, sorri para a gente.
Levanta-a o pai, com todo o jeito. Põe-lhe o chapéu de novo a mãe, compõe-lhe a
fita. E lá vai ela pela praia fora, toda contente, toda catita, pezito aqui,
pezito ali, pezito aqui, pezito ali…
Vejo-a de
longe a andar na praia. E fico a pensar que esta menina é o futuro que nós
levamos também pela mão. Que nós levamos, sem darmos conta. Que nós levamos
pelo tempo fora, como a menina que vai além, toda bonita, toda contente, pezito
aqui, pezito ali, pezito aqui, pezito ali…
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