quarta-feira, 7 de agosto de 2013

A Menina do Futuro

A MENINA DO FUTURO


     É fim de tarde. Há menos gente na praia. Vejo um jovem casal com uma menina com um chapéu de palha e uma fitinha vermelha. Parece que está a começar a andar. Segura-a o pai pelos bracitos, não tira a mãe os olhos dela. E lá vai ela, devagarinho, pezito aqui, pezito ali, pezito aqui, pezito ali, pezito aqui, pezito ali… Ai!, catrapus! Caiu na areia. Foi-se o chapéu, roubou-o o vento. Lá vem a mãe toda aflita, não vá chorar a pequenita. Ficou sentada no chão da praia. Feliz da vida, toda contente. Brinca com a areia, sorri para a gente. Levanta-a o pai, com todo o jeito. Põe-lhe o chapéu de novo a mãe, compõe-lhe a fita. E lá vai ela pela praia fora, toda contente, toda catita, pezito aqui, pezito ali, pezito aqui, pezito ali…



     Vejo-a de longe a andar na praia. E fico a pensar que esta menina é o futuro que nós levamos também pela mão. Que nós levamos, sem darmos conta. Que nós levamos pelo tempo fora, como a menina que vai além, toda bonita, toda contente, pezito aqui, pezito ali, pezito aqui, pezito ali…

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